A estreia de Branca de Neve, o aguardado live-action da Disney, foi marcada por muito mais do que números baixos nas bilheterias. Por trás das câmeras, a produção de US$ 270 milhões enfrentou uma série de crises, desde declarações polêmicas da protagonista Rachel Zegler até ameaças de morte contra sua colega de elenco, Gal Gadot.
Uma Postagem que Mudou Tudo
Em agosto de 2024, três dias após o lançamento do primeiro trailer no evento D23, Zegler celebrou nas redes sociais as 120 milhões de visualizações em 24 horas. Mas foi um comentário adicional, “e lembre-se sempre, liberte a Palestina”, que detonou a polêmica. A mensagem, vista quase 9 milhões de vezes, gerou reações imediatas dentro da Disney.
Executivos do estúdio entraram em contato com a equipe da atriz, e o produtor Marc Platt voou para Nova York para uma conversa urgente. Apesar das pressões, Zegler manteve a publicação, enquanto ameaças contra Gadot, que é israelense, aumentavam, obrigando a Disney a reforçar sua segurança.
“Ela não entendia as repercussões de suas ações para o filme, para Gal ou para qualquer um”, revelou uma fonte próxima ao projeto.
A Disney no Limite
Se a postagem sobre a Palestina já havia causado desconforto, o estúdio chegou ao seu limite quando, meses depois, Zegler atacou publicamente Donald Trump e seus apoiadores. Com metade do público potencial do filme sendo alienada, a Disney decidiu agir: a atriz passou a ter um consultor de mídia social pago pelo estúdio para revisar suas postagens antes da estreia.
Mas o estrago já estava feito. O filme, que enfrentou refilmagens caras e atrasos devido a greves e um incêndio no set, estreou com apenas US$ 87 milhões mundialmente, um valor abaixo até mesmo de Joker: Folie à Deux, que teve um orçamento menor.
“Não dá para dizer que um remake do filme mais icônico da Disney, com um orçamento de US$ 270 milhões, está OK ao abrir com US$ 270 milhões, está OK ao abrir com US$ 50 milhões. A matemática não fecha. Esse filme deveria ser um sucesso bilionário”, criticou um executivo de um estúdio concorrente.
O Efeito Zegler
A relação conturbada entre a atriz e a Disney não era novidade. Desde 2022, quando reclamou publicamente por não ter sido convidada para o Oscar de West Side Story (um filme distribuído pelo estúdio), Zegler já demonstrava um perfil controverso. Durante as promoções de Branca de Neve, ela ainda criticou o clássico animado de 1937, chamando a atenção de puristas.
“Na primeira vez que ela falou demais, deveriam ter cortado o mal pela raiz”, opinou um agente hollywoodiano. Mas a Disney, que enfrentava processos por demissões controversas (como o caso de Gina Carano em The Mandalorian), optou por não intervir.
Conflitos e Desencontros
Apesar dos rumores de uma rixa entre Zegler e Gadot, fontes afirmam que as atrizes se deram bem durante as filmagens. A tensão surgiu apenas no período de lançamento, quando a Disney as manteve separadas em eventos promocionais. Na estreia em Los Angeles, elas sequer interagiram, Zegler sentou-se duas fileiras à frente de Gadot e sua família.
Para muitos analistas, o filme foi vítima de sua própria narrativa. “Dizem que toda publicidade é boa, mas no caso de ‘Branca de Neve’, estavam redondamente enganados”, afirmou Jeff Bock, da Exhibitor Relations. “A controvérsia negativa durou anos, e as críticas medianas só pioraram a situação.”
Com o fracasso consolidado, a Disney agora enfrenta uma pergunta difícil: até que ponto as estrelas podem ditar o destino de um filme? Enquanto isso, Branca de Neve entra para a lista de live-actions malsucedidos do estúdio, um conto de fadas que, desta vez, não teve final feliz.
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